terça-feira, 27 de agosto de 2013

A bicicleta

            Desde pequeno, eu adorava ver manobras. Ligava a TV num canal onde passava bike cross todos os dias, e ficava vidrado, até ir para a escola.
            Um dia, meu pai resolveu me ensinar a andar de bicicleta. Desde então, eu saia todos os dias para treinar manobras, ou simplesmente para andar.
            Eu amava a sensação de estar livre, andar de bicicleta era como um sonho, já que era apenas eu, o vento e as árvores do parque, além da minha amiga inseparável.
            Fui andar de bicicleta por aí, com meus amigos, e eles resolveram atravessar para ir no outro parque, mais longe, mas era maior.
            Foi quando aconteceu. Um carro avançou o farol, com o motorista bêbado. Eu estava no meio da rua ainda, pouco atrás dos meus amigos, que aceleraram, e sofri um impacto. Entraram pedaços de vidro por todo o meu corpo, e vi minha perna sob uma das rodas. Eu sangrava, sangrava muito. O motorista deu ré e saiu, me abandonando. Meus amigos voltaram, dizendo que ligaram para a ambulância, e alguém mencionou algo que não ouvi, pois tudo ficou preto.
            Acordei em um lugar diferente. "Onde raios estou?", pensei. então me lembrei. tentei me sentar, mas não me movia, nada do que eu tentava adiantava, eu apenas conseguia virar a cabeça. Então eu gritei, pois isso também era possível, e recebi a notícia.
             O acidente me deixou tetraplégico, além de me levar uma das pernas.
             Hoje, não ando de bicicleta, mas ainda vou para o parque. Meus amigos escaparam por pouco. E eu ainda hoje tenho a mesma visão de antes de desmaiar: Uma garota jovem e bela, toda vestida de preto, que em segundos virou uma caveira apodrecida, e me chamou para ir com ela. Eu penso o que teria acontecido se eu tivesse ido...

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